Como Funciona a Prescrição de Dívidas? Dívidas Caducam?

Já imaginou se, de repente, a dívida que você tem fosse apagada? Sem mais cobranças, juros ou ameaças de negativação?

Parece bom demais para ser verdade, certo? Bem, você vai se surpreender ao saber que isso é possível, mas com regras bem definidas. Afinal, as dívidas caducam?

Entenda o conceito de prescrição de dívidas e descubra se o tempo realmente pode ser um aliado na hora de limpar o seu nome!

Para um entendimento mais profundo sobre como lidar com as dívidas, sugerimos a leitura do artigo Mitos e Verdades sobre Endividamento no Brasil

O que é Prescrição de Dívidas?

A prescrição de dívidas é o período após o qual o credor perde o direito de cobrar judicialmente uma dívida.

Isso não significa que a dívida desaparece ou que você não será mais cobrado, mas sim que, depois de um certo tempo, o credor não pode mais usar a justiça para exigir o pagamento da dívida.

A prescrição é uma ferramenta legal importante para proteger os consumidores, pois impede que credores tentem cobrar dívidas indefinidamente, dando aos devedores a chance de se reorganizar financeiramente.

Como Funciona a Prescrição de Dívidas no Brasil?

No Brasil, o Código Civil estabelece prazos específicos para a prescrição das dívidas, e esses prazos variam de acordo com o tipo de dívida.

Ou seja, a prescrição não é uma regra única, e cada situação deve ser analisada separadamente.

1. Dívidas de Cartão de Crédito e Empréstimos Pessoais

Para dívidas de cartões de crédito, empréstimos pessoais e outras dívidas bancárias, o prazo de prescrição é de 5 anos.

Isso significa que, se você não pagar sua dívida e o credor não tomar nenhuma medida judicial dentro de cinco anos, ele perde o direito de cobrar essa dívida judicialmente.

2. Dívidas de Compra e Venda

Se você deve a uma loja ou empresa por compras parceladas ou outros tipos de contratos comerciais, o prazo para a prescrição também é de 5 anos, a contar do vencimento da dívida.

3. Dívidas Tributárias (Impostos)

Já no caso das dívidas com o fisco, como impostos e taxas governamentais, o prazo de prescrição pode ser de 5 anos, mas pode variar dependendo da situação específica.

O importante é que as dívidas tributárias podem ser renegociadas ou cobradas através de processos fiscais, mas a prescrição ainda se aplica.

4. Dívidas de Aluguel ou Contratos de Locação

O prazo para a prescrição de dívidas de aluguel é de 3 anos. Portanto, se você não pagar o aluguel e o proprietário não tomar nenhuma ação judicial nesse período, ele perde o direito de exigir o pagamento.

5. Dívidas de Cheques e Duplicatas

Se a dívida estiver relacionada a cheques ou duplicatas não pagos, o prazo de prescrição é de 6 meses a partir do vencimento da dívida. Após esse período, o credor não pode mais cobrar a dívida judicialmente.

Dívidas Caducam ou Não?

A ideia de que “dívidas caducam” pode ser confusa. A prescrição não faz com que a dívida desapareça completamente, mas sim que ela deixe de ser cobrada por via judicial.

Ou seja, a dívida não some, mas o credor perde o direito de buscar uma solução judicial para cobrar o valor.

Prescrição X Negativação

Uma dúvida muito comum é se a prescrição de uma dívida significa que o nome da pessoa será retirado do SPC ou Serasa.

A resposta é não! Mesmo que a dívida prescreva, o nome do devedor pode continuar nos cadastros de inadimplentes por até 5 anos, o prazo máximo para a negativação no Brasil.

Ou seja, mesmo que a dívida não possa mais ser cobrada judicialmente, ela ainda pode impactar seu crédito por algum tempo.

Prescrição e Ação Judicial

O que deve ser levado em consideração é que a prescrição da dívida impede que o credor entre com ações judiciais para cobrar a dívida, mas isso não significa que a pessoa pode simplesmente ignorar as cobranças.

Mesmo após o prazo de prescrição, o credor ainda pode tentar cobrar a dívida de outras formas, como por telefone ou carta, mas sem recorrer à justiça.

Como Contar o Prazo de Prescrição de Uma Dívida?

O prazo para a prescrição começa a contar a partir do momento em que a dívida deixa de ser paga, ou seja, o primeiro dia após o vencimento da dívida.

No entanto, existem algumas condições que podem interromper ou suspender esse prazo. Por exemplo:

  • Interrupção do Prazo: Caso o credor tome alguma medida judicial (como entrar com uma ação de cobrança), o prazo de prescrição é interrompido e começa a contar novamente.
  • Suspensão do Prazo: Existem situações em que o prazo é suspenso, como quando o devedor fica impossibilitado de cumprir com a dívida, por exemplo, por doença grave.

Portanto, o prazo não é rígido e pode ser afetado por esses fatores.

O Que Fazer Quando a Dívida Prescreve?

Quando você se encontra em uma situação onde a dívida prescreveu, é importante entender que a dívida não desaparece.

O primeiro passo é verificar sua situação financeira e considerar as melhores opções para seguir em frente. Aqui estão algumas ações que podem ser feitas:

Verificar a Situação do Nome no SPC/Serasa:

Mesmo que a dívida tenha prescrito, seu nome pode continuar no SPC/Serasa. Verifique se o seu nome ainda está negativado e tente regularizar sua situação.

Negociar com os Credores

Alguns credores podem ainda estar dispostos a negociar, mesmo após a prescrição. Isso pode resultar em descontos ou outras condições favoráveis para quitar a dívida.

Procurar Orientação Jurídica

Em alguns casos, consultar um advogado pode ser útil para saber quais são os seus direitos e entender como a prescrição se aplica ao seu caso específico.

Perguntas Frequentes

1. O que acontece quando uma dívida prescreve?

Quando uma dívida prescreve, isso significa que o credor perde o direito de cobrar o valor judicialmente, ou seja, não pode mais acionar o devedor na Justiça. A dívida ainda existe, mas passa a ser considerada “impagável” por meios legais. Além disso, após cinco anos, o nome do devedor deve ser retirado dos cadastros de inadimplentes, como SPC e Serasa. Mesmo com a prescrição, o credor ainda pode tentar uma cobrança amigável, mas o pagamento se torna opcional por parte do devedor.

2. Quais são os prazos de prescrição para diferentes tipos de dívida?

Os prazos de prescrição variam de acordo com o tipo de dívida. Em geral, dívidas bancárias como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos prescrevem em 5 anos, assim como cobranças de honorários de profissionais liberais e taxas condominiais. Já dívidas de aluguel prescrevem em 3 anos, assim como cheques e notas promissórias, contados a partir do vencimento. No caso das dívidas trabalhistas, o trabalhador tem até 2 anos após o fim do contrato para cobrar valores referentes aos últimos 5 anos. O prazo de prescrição começa a contar a partir do vencimento da dívida ou do descumprimento da obrigação.

3. O nome da pessoa é retirado do SPC/Serasa quando a dívida prescreve?

Sim, o nome do devedor deve ser retirado dos cadastros de inadimplentes, como SPC e Serasa, após 5 anos da data de vencimento da dívida, independentemente de ela ter sido paga ou não. Esse prazo está previsto no Código de Defesa do Consumidor e tem como objetivo evitar que uma pessoa fique eternamente com o nome negativado. No entanto, é importante destacar que a dívida continua existindo e pode ser cobrada de forma amigável, mesmo que o nome já tenha sido retirado dos registros.

4. Como posso saber se uma dívida prescreveu?

Para saber se uma dívida prescreveu, você deve verificar a data de vencimento e comparar com o prazo de prescrição previsto para o tipo específico de dívida. Caso esse prazo já tenha passado sem que o credor tenha entrado com uma ação judicial de cobrança, é provável que a dívida esteja prescrita. Além disso, após cinco anos, o nome do devedor deve ser retirado dos cadastros de inadimplentes, como SPC e Serasa. Se restarem dúvidas, é recomendável consultar um advogado ou verificar a situação diretamente com os órgãos de proteção ao crédito.

5. É possível negociar uma dívida depois que ela prescreve?

Sim, é possível negociar uma dívida mesmo depois que ela prescreve. A prescrição impede apenas que o credor cobre a dívida por vias judiciais, mas ela ainda existe no âmbito civil. Isso significa que o credor pode tentar uma cobrança amigável, e o devedor, se desejar, pode pagar ou renegociar os valores. Em alguns casos, negociar uma dívida prescrita pode ser vantajoso para limpar o nome, obter descontos ou facilitar o acesso a crédito no futuro — mas o pagamento é opcional, já que não há mais obrigação legal.

Saber como contar os prazos, quando eles podem ser interrompidos e como as dívidas prescrevem pode ajudar você a tomar decisões mais informadas sobre suas finanças.

Não deixe para depois: entenda suas dívidas e busque a melhor solução.

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